O professor Wilson da Silva Maria, da escola Martinho Alves dos Santos, no bairro São Martinho, em Tubarão, tem 33 anos de sala de aula. Wilson estava entre o grupo que manifestou indignação em uma passeata, ontem à tarde, pelo centro da cidade.
O protesto dos professores, pais e estudantes da rede estadual de ensino, organizado pela coordenadoria regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) em Tubarão, manifestou a contrariedade em relação a reenturmação. Segundo Wilson, os educadores não são contra o aumento no número de alunos nas salas de aula.
O que pretendem, na realidade, é chamar a atenção para a falta de estrutura das escolas. “Existe uma disparidade. O problema é que hoje a maioria das salas são pequenas, feitas para receber, no máximo, 40 estudantes”, considera o professor.
O grupo circulou pelo centro da cidade e caminhou até a gerência regional de educação, na rua Lauro Müller (beira rio da margem direita). Um documento no qual repudiam a medida foi entregue.
“Com 35 pessoas fica impossível para o aluno prestar atenção no conteúdo”, avalia Volnei Vieira Machado, cujo filho estuda dna rede estadual.
A gerente regional de educação, Tereza Cristina Meneghel, recebeu o ofício dos manifestantes. “Será entregue ao secretário estadual, Eduardo Deschamps”, promete.
Segundo ela, a gerência faz um estudo, no qual é analisada a situação das salas de aula de cada uma das 43 instituição de ensino sob a responsabilidade da coordenadoria regional de Tubarão.
Os limites determinados em lei para cada faixa de idade
• 1º ano (6 anos) - até 25 alunos por sala de aula.
• 2º ao 5º ano do ensino fundamental - até 30 alunos por sala de aula.
• 6º ao 9º ano do ensino fundamental - até 35 alunos por sala de aula.
• Ensino médio - até 40 alunos por sala de aula.
Processo de reenturmação visa gerar economia aos cofres do estado
A lei complementar nº 170, de 1998, determina que a relação entre espaço físico e número de alunos respeite uma área de 1,30 metro quadrado para cada estudante. Se houver excessos nestes quesitos, a gerência de educação da região deve ser avisada.
Conforme gerente em Tubarão, Tereza Cristina Meneghel, a reenturmação promovida pela governo catarinense não é novidade. Pelo contrário, é algo realizado desde abril de 1998. “Desde a implementação da lei este tipo de mudança é feita.
Não se trata de uma manobra radical”, atenta.
Segundo Tereza Cristina, desde o início da manhã de ontem ela recebeu pais e professores das escolas Hercílio Luz e Senador Francisco Benjamim Gallotti, de Tubarão, e Marechal Luz, de Jaguaruna, para esclarecer como o processo será realizado.
“Os professores podem vir aqui para conversamos. É desnecessário tirar o aluno da sala de aula e o expor a riscos em uma manifestação. Lamento muito por isso”, pontua a gerente.
Conforme a secretaria estadual de educação, a medida também visa economizar com a contratação de professores em caráter temporário. Em 2010, a média em Santa Catarina era de 25 alunos por turma.
Este ano, este número foi reduzido para 22 por causa do aumento de professores efetivos e ACTs. Atualmente, o estado tem 32.810 educadores em sala de aula.
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