quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Piso Nacional

Nem bem o anúncio do aumento de 22,22% no piso nacional dos professores foi feito, pelo Ministério da Educação (Mec), e o governo catarinense saiu em protesto. O gestor Raimundo Colombo afirma que não existe possibilidade de arcar com o reajuste, que eleva o piso dos atuais R$ 1.187,00 para R$ 1.451,00. 
O valor é retroativo a janeiro deste ano e válido agora como remuneração mínima do professor de nível médio e jornada de 40 horas semanais. 

Ontem, um encontro em caráter de emergência entre governadores foi realizado em Brasília, para reivindicar, junto ao senado e câmara federal, uma solução para salvar as finanças dos estados e municípios. Atualmente, apenas sete estados cumprem a lei do piso, entre eles Santa Catarina. “O valor é inviável. É preciso novas fontes de recursos”, pondera Colombo. 

Mais ponderado, o adjunto da secretaria da educação, Eduardo Deschamps, reúne-se na próxima segunda-feira com a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte-SC). O objetivo é evitar qualquer tipo de manifestação antecipada, como uma paralisação. “O governo quer cumprir a lei e vai achar as condições ideais para isso”, promete Deschamps, que assume a gestão da pasta amanhã. 
Hoje, conforme dados do estado, a folha de pagamento dos professores catarinenses é de R$ 2 bilhões por ano (cerca de R$ 34 milhões por mês). Com o aumento, esse valor aumentará em mais R$ 400 milhões. São cerca de 35 mil professores na ativa. 

Paralisação não está descartada

O assunto do novo piso nacional dos professores será pauta da assembleia estadual do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte). No encontro, eles ainda podem decidir se voltam à paralisação, encerrada em julho do ano passado, com a condição de ficar em estado de greve. Antes disso, em Tubarão, os educadores da região são convocados a engrossar o debate. A reunião será amanhã, às 16h30min, no Praça Shopping, no centro da cidade.

“Mais do que nunca, vamos exigir o cumprimento do piso. É injustificável o argumento de que não existe recurso para arcar com a folha. Na verdade, sempre que se fala em educação, a história é a mesma. Não é novidade”, aponta uma das coordenadoras do sindicato em Tubarão e região, professora Tânia Fogaça. 
Ainda que o sindicato reconheça o cumprimento da lei do piso pelo estado, Tânia lembra que isso foi feito após uma exaustiva greve e a partir do achatamento do plano de carreira do magistério. “Este reajuste não representa o ganho real que o governo vende, pois o cumprimento da lei no estado foi estabelecido a partir da diminuição do percentual da diferença entre os níveis”, discorre a professora.

Além da assembleia estadual, Tânia avisa que manifestações estão programadas nas escolas da região, entre as quais panfletagem e outras atividades de caráter público. “Ainda estamos muito no campo do talvez. Acredito que, a partir do posicionamento do estado, os professores também adotarão outra postura”, avalia a sindicalista. 

Fonte: Notisul

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