No
Diário Catarinense de 28/11, matérias das páginas 21, 23 e nota na Coluna de
Moacir Pereira na página 10, evidencia o que os trabalhadores da educação e
saúde já vêm denunciando e avisando há anos. A precarização destes setores é
algo visível para todos/as especialmente para quem depende deles. O governo, no
entanto continua irredutível em sua postura em não negociar com os/as
servidores/as parados/as.
Esta atitude antidemocrática
e maquiavélica do governo certamente se deve a estratégia de deixar o serviço
público em ruínas, penalizando os setores mais sensíveis da população que não
tem alternativa para si e seus familiares a não ser o uso dos mesmos, e ao não
receberem o atendimento, embora de forma precária, sentem-se ainda mais
fragilizados/as e desamparados culpando os/as trabalhadores/as em greve pelo
caos estabelecido.
Em
sua coluna Moacir Pereira, afirma que a situação dos hospitais estaduais de
Florianópolis era delicada e grave antes da greve, e se tornou dramática com a
paralisação. Disse ainda que a greve revelou e aprofundou o caos. Já na página
21, a reportagem da Jornalista Júlia Antunes sobre o desmoronamento da EEB
Vicente Silveira, na Palhoça, revela que existem ainda muitos outros graves
problemas nesta Escola, e que mesmo assim, os recursos para a realização de uma
grande reforma, que é urgente, ainda não estão garantidos. Esse caso faz parte
de muitos outros já denunciados pelo SINTE/SC. São tragédias anunciadas, mas
ignoradas pelo Estado.
Na
página 23, matéria de Roberta Kremer, uma vistoria feita por uma comitiva de
parlamentares ao Hospital Infantil Joana de Gusmão e Hospital Celso Ramos,
apontou a falta de servidores para atender a demanda da saúde nestes locais. Um
problema bem anterior à greve. Mas que novidade! Ninguém tinha conhecimento
disto mesmo com as seguidas denuncias feitas pelos/as servidores da rede
pública da saúde em todo o estado... Na verdade, em meio ao precário
atendimento, a culpa acaba caindo nos ombros dos que
labutam nestes espaços em seu dia a dia e que precisam trabalhar em dobro para
cobrir a falta de pessoal nos hospitais e escolas, e garantir um salário
minimamente razoável. O Deputado Volnei Morastoni, afirmou que a visita
propiciou a oportunidade de mostrar a realidade dos hospitais, e que a greve só
desnuda a realidade já existente, e que os problemas da saúde vem de longa data
com leitos fechados reformas intermináveis e remendos por todo
lado.
Como
podemos perceber, é preciso que movimentos grevistas se levantem para que a
situação seja exposta ao extremo, é preciso que a população sofra, para que o
Governo e a grande imprensa prestem atenção ao caos na saúde. É preciso que o
terror se instale nas cidades de Santa Catarina para que reconheçam os
problemas da segurança pública. É preciso que escolas desabem para que o
governo reconheça que os problemas existem. Se o pior acontecer e alguém morrer
em qualquer um dos cenários aqui expostos, quem será o responsável? O governo
omisso ou os/as trabalhadores exaustos e obrigados a deflagrar uma greve para
expor a situação?
O
SINTE/SC, não foge e nunca fugirá de sua responsabilidade de denunciar à
sociedade todos os problemas existentes no setor público e não foge e não fugirá
de sua responsabilidade de defender os direitos de todos/as os/as trabalhadores
sejam eles quais forem. Nossa tarefa não é e nunca foi apenas salarial, ela é
bem mais ampla e complexa e talvez de difícil entendimento para alguns neófitos
no assunto, que não entendem o que é a luta dos/as trabalhadores/as em seu dia
a dia. Assim como fomos a uma greve pelo pagamento do reajuste do Piso na
Carreira, pela descompactação da tabela salarial, por melhores condições de
trabalho nas escolas, a batalha do SINDSAÚDE também é nossa, pois é justa, e
nós a apoiamos incondicionalmente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário